Apresentação

Valorização da cultura regional, o ponto de partida para o
projeto Rio Madeira – Gigante da Floresta

Tudo começou em setembro de 2010, quando alunos da rede pública em Teotônio, Novo Engenho Velho e Jacy-Paraná participaram das oficinas de pintura com o artista plástico Mikéliton, que vive em Porto Velho e desenvolve um trabalho de valorização da cultura local. Com apoio da Usina Hidrelétrica (UHE) Santo Antônio Energia esses encontros propiciaram o contato do pintor com os alunos, registrando o cotidiano das pessoas, especialmente dos ribeirinhos.

A série de oficinas englobou aulas de História da Arte e Introdução a Pintura, que proporcionaram aos alunos a oportunidade de retratar nas telas cenas do cotidiano, de acordo com seu próprio olhar.

Hoje, parte das telas realizadas pelo pintor durante as oficinas e imagens dos trabalhos dos alunos fazem parte da exposição Rio Madeira – Gigante da Floresta.

“Para a Santo Antônio Energia, apoiar um projeto como este, que valoriza a cultura local, é um compromisso da nossa empresa, que reconhece a importância dos valores daquela região, contribuindo desta forma para preservar costumes, imagens e, sobretudo, o modo de vida que caracteriza aquelas comunidades”, ressalta Paulo Damião, diretor de Relações Institucionais da Santo Antônio Energia.


A exposição

A ideia original deste projeto foi registrar o conhecimento, os desejos e o modo de vida das populações ribeirinhas do rio Madeira. Para realizar o trabalho, foi convidado o artista plástico rondoniense Mikéliton, que registrou estas cenas em fotografias, que se transformaram em 30 pinturas – das quais 15 estão expostas, mostrando como é o cotidiano daquelas pessoas.

Para dar maior amplitude ao trabalho realizado pelo artista plástico e mostrar em outra linguagem a vida daqueles que vivem às margens do rio Madeira, foram incorporados à exposição dois documentários Vozes do Madeira 1 e Vozes do Madeira 2, produzidos pelo cineasta Pedro Martinelli, que é um apaixonado pela Amazônia.

Agora, esse conjunto é apresentado ao público na mostra Rio Madeira – Gigante da Floresta, que expressa de maneira singela a vida simples e digna, os valores e a cultura da população ribeirinha do rio Madeira.

Um dos grandes afluentes do rio Amazonas, com 3.315 km de extensão, o Madeira nasce na Cordilheira dos Andes e recorta os Estados de Rondônia e do Amazonas. Gigante de águas turvas, o rio acolhe hoje a UHE Santo Antônio, com capacidade para gerar energia para aproximadamente 40 milhões de pessoas.

O que muda na vida das populações ribeirinhas com a construção da hidrelétrica?
Qual o impacto sobre seu cotidiano?

Foi a partir dessas provocações que Mikéliton desenvolveu a série de oficinas de pintura com moradores dessas comunidades, que também puderam registrar suas impressões e ter contato direto com a arte.

Estabelecer uma agenda ambiental marcada pelos anseios prementes da sustentabilidade, da responsabilidade ambiental e social, da modernização e do crescimento econômico é um grande desafio para todos nós. E, para isto, é fundamental estimular o debate para identificar soluções pragmáticas que indiquem o melhor caminho para o desenvolvimento sustentável.


Realizado no âmbito de uma ação sociocultural, a exposição reafirma a visão de que só é viável atingir o desenvolvimento por meio da educação, da valorização da cultura e do desenvolvimento sustentável. Neste sentido, o projeto Rio Madeira – Gigante da Floresta, contribui de maneira significativa para valorizar uma sociedade tão complexa e heterogênea, como a brasileira.

As ações socioculturais implementadas na região pela Santo Antônio Energia valorizam a educação e a cultura como instrumentos para o desenvolvimento do País. Rio Madeira – Gigante da Floresta é um espaço que incentiva a reflexão sobre os desafios regionais, onde o debate sobre o desenvolvimento sustentável é fundamental, levando-se em conta a complexidade e as particularidades da biodiversidade brasileira.

Para o visitante, o projeto Rio Madeira – Gigante da Floresta possibilita uma interação única e amplificada, por meio de mensagens escritas que podem ser deixadas na exposição e do compartilhamento de depoimentos por meio das redes sociais.

O rio 

A expressão “Gigante da Floresta” não é um exagero. Além de ser o principal afluente do rio Amazonas, o Madeira tem extensão superior 3.300 quilômetros desde seu nascimento na Cordilheira dos Andes até chegar ao Amazonas.

Ao descer as geladas montanhas andinas ele é batizado de rio Beni, cruza a fronteira da Bolívia e chega ao Brasil para formar o complexo Mamoré-Guaporé e assumir sua identidade: rio Madeira. Em território brasileiro, ele percorre cerca de 1.700 quilômetros, recebendo este nome por arrastar troncos de árvores no período de chuvas, quando seu nível sobe e inunda as margens.

O rio Madeira amplia a geração de energia de fonte limpa e renovável no Brasil, tendo como exemplo de sustentabilidade a Usina Hidrelétrica Santo Antônio. Com potência instalada de 3.150 megawatts, a usina transformará a força das águas do rio Madeira em energia suficiente para suprir o consumo de aproximadamente 40 milhões de pessoas.



É graças aos períodos de cheia do rio Madeira que o peixe-boi pode viver. Nesta espécie, ao contrário dos golfinhos, o pico dos nascimentos ocorre durante o período das chuvas, quando as plantas aquáticas, das quais se alimenta, são abundantes e têm alto valor nutricional. O boto vermelho ou tucuxi, é típico das águas do rio. A exuberância do Madeira abriga milhares de espécies animais, sendo que apenas de peixes são cerca de 770, 40 delas identificadas depois do início das obras de Santo Antônio.

A história

O rio Madeira sempre foi uma referência importante para a história do Brasil, sobretudo pela sua estratégica localização geográfica. Na época do Brasil Colônia, o rio foi palco de disputas entre portugueses e espanhóis pelo controle da região. Por conta das escaramuças de fronteira, às margens do rio Guaporé, tributário do rio Madeira, foi erguido o Real Forte do Príncipe da Beira para fazer frente às investidas dos castelhanos, que forçavam a entrada no Brasil pelas fronteiras da Bolívia e do Paraguai.

O interesse em torno do rio Madeira não foi somente dos castelhanos. A Expedição Roosevelt-Rondon, realizada entre 1913 e 1914, apoiada pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Theodoro Roosevelt, e liderada pelo sertanista Cândido Mariano da Silva Rondon, percorreu o rio da Dúvida, hoje rio Roosevelt, até chegar ao rio Madeira numa odisseia de mais de mil quilômetros em canoas e trilhas com o objetivo de coletar espécimes da flora e da fauna da região amazônica.

Naquela época, Rondônia não existia. Todas as terras pertenciam ao estado de Mato Grosso. Mas o rio Madeira, colossal, já tinha este nome e cortava o Oeste brasileiro. Em 13 de setembro de 1943, por decreto, foi criado o Território Federal do Guaporé, com partes desmembradas dos estados do Amazonas e do Mato Grosso. Com a Lei de 17 de fevereiro de 1956, Guaporé passou a se denominar Território Federal de Rondônia, em justa homenagem ao sertanista Cândido Mariano da Silva Rondon. Em 1982, Rondônia assume o status de estado brasileiro.